data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha (Diário)
Em dois dias, profissionais da Erasmo Crossetti aplicaram segunda dose em 641 pessoas que faltaram ação anterior
Depois das ausência na ação de aplicação da segunda dose, a prefeitura mensurou 296 pessoas, entre idosos e profissionais da saúde, que não tomaram o reforço. A quantidade por cada grupo não foi discriminada, mas o município espera "buscar" quem são os ausentes para completar a imunização.
Não é somente em Santa Maria que segunda dose se tornou uma preocupação. O Ministério da Saúde estima que 1,5 milhão de brasileiros têm o reforço atrasado. Somente no Rio Grande do Sul, o dado da Secretaria Estadual da Saúde (SES) aponta 114 mil segundas doses que já poderiam ser aplicadas, mas não tiveram o registro localizado.
Após uma semana, taxa de ocupação de leitos de UTI do SUS está abaixo dos 100%
O chefe da Unidade de Pesquisa Clínica no Hospital Universitário de Santa Maria, Alexandre Vargas Schwarzbold, explica que a falta da segunda dose é um problema individual, mas que reflete no coletivo.
- A primeira serve para estímulo à resposta imune. O reforço é fundamental. A resposta celular, além de anticorpos, se dá a partir da segunda dose. Não vamos produzir uma imunidade de rebanho se um bom número de pessoas tiver feito apenas a primeira - afirma.
O biólogo Átila Iamarino, especialista em virologia, ganhou destaque durante a pandemia com explicações didáticas sobre o coronavírus. Ele defende campanhas de conscientização pela "noção completa" da necessidade de se vacinar.
- Quem toma só uma dose pode desenvolver imunidade parcial, o que não seria suficiente para proteger. Mas pode ser suficiente para selecionar linhagens virais que escapam dessa imunidade - escreveu uma rede social.
Butantan libera mais 1 milhão de doses da CoronaVac ao governo federal
Os dados a nível nacional, porém, precisam de cautela na análise. Segundo o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, o Ministério da Saúde pode ter números defasados pela demora no envio pelos municípios. O médico explica, ainda, que a chamada "taxa de abandono" é comum em vacinações por etapas.
- Às vezes, por ter reação, (a pessoa) não quer ir mais. Ou acha que já está protegida. O esforço deve ser para a taxa ser menor. Zero, nunca vai ser - fala.
Kfouri cita exemplos de vacinações como a do HPV e da Hepatite B, que ocorrem em três doses. A cada etapa, a taxa de abandono costuma ser maior. A expectativa é que, no caso da Covid, a situação da pandemia fizesse com que menos pessoas faltassem.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha (Diário)
BUSCA ATIVA
O trabalho de busca pelos faltantes será feito pela prefeitura com apoio com professores do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O esperado é verificar quais os motivos das faltas, contatar os faltantes e completar a imunização.
Queiroga anuncia 15,5 milhões de doses de vacina da Pfizer até junho
A prefeitura já afirma que a maioria se dá "por esquecimento, por doença ou por viagem". As doses dessas pessoas ficam garantidas e armazenadas no Setor de Imunizações. A cada ação de vacinação, quem deixar de comparecer pode receber a segunda dose na Policlínica Erasmo Crossetti.
No último sábado, eram esperados 2.936 idosos com 77 anos ou mais que receberam a primeira dose em 13 de março. Foram 2.306, e os 630 poderiam ter a complementação na segunda ou terça-feira na policlínica. Porém, ainda pela manhã desses dois dias, o público procurou um dos seis locais disponíveis na primeira aplicação. O problema, segundo os idosos, é que na carteira de vacinação a data indicada era 13 de abril.
À tarde, a policlínica tinha fila na Rua Floriano Peixoto quase até a esquina com a Avenida Presidente Vargas. Apenas sete aplicadoras davam conta do público. Delci Leal, 77 anos, foi uma das vacinadas com a primeira dose no Colégio Marista. Ela não poupa elogios para o primeiro dia, quando esperou menos de uma hora para ser vacinada e chegar em casa.
- Foi um atendimento maravilhoso, e está péssimo. Faz duas horas, nesse sol - reclamou.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha (Diário)
Delci Leal esperou até 13 de abril, data marcada na carteirinha, para buscar segunda dos
A prefeitura diz que a data marcada na carteira de vacinação é apenas uma referência para o vacinado. A previsão é feita com antecedência e nem sempre coincide com as datas de ações de vacinação. A secretária adjunta de saúde, Ana Paula Seerig atribui os transtornos na fila ao fato de os faltantes serem mais numerosos no último sábado. Ela considerou que, nas próximas datas, o esperado é que a população priorize o primeiro dia de segunda dose.
- Foi pontual devido a muitas faltas. Nosso equívoco neste dia pode ter sido antecipar. Mas a gente reforça que a população fique atenta ao calendário e possíveis mudanças - diz.
VÍDEO: centro é referência no tratamento do Transtorno do Espectro Autista em Santa Maria
LISTA DO ESTADO
Cada município gaúcho vai receber um relatório dos idosos que não tomaram a segunda dose. A intenção é acelerar a imunização. Segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), os próprios municípios podem gerar essas informações.
Schwarzbold, contudo, atenta para o cuidado do tempo entre as doses. A eficácia é prejudicada se o intervalo é maior que o recomendado.
- No caso da vacina de Oxford, em jovens, três semanas após primeira dose, a eficácia pode ser de 70%, mas não de forma duradoura. Quando a gente adia muito, depende da vacina, a perda de eficácia é maior. No caso de Oxford, que nos permite dizer uma eficácia ótima com três meses, não adianta tomar com cinco, por exemplo - explica o coordenador dos testes do imunizante na UFSM.
Caso seja o caso de ter perdido a segunda dose, a recomendação de Kfouri é completar o esquema. Ou seja, tomar a segunda dose mesmo depois do tempo.
Ao todo, 224 mil gaúchos estão no tempo oportuno para receber a segunda dose. Em Santa Maria, o vacinômetro da prefeitura indica 52.861 pessoas com a primeira dose, e 12.819 com a segunda. A última atualização foi feita em 12 de abril.
VEJA O CALENDÁRIO DA 2ª DOSE EM SANTA MARIA
PRIMEIRA DOSE | GRUPO | SEGUNDA DOSE |
16 de março | Idosos com 77 anos ou mais de Santa Flora | 16 de abril |
20 de março | Idosos com 74 anos ou mais | 17 de abril |
17 de março | Idosos com 77 anos ou mais de São Valentim | 19 de abril |
24 de março | Idosos com 70 anos ou mais | 22 de abril |
24 de março | Idosos com 70 anos ou mais do Passo do Verde | 22 de abril |
27 de março | Profissionais liberais da saúde | 24 de abril |
26 de janeiro | Trabalhadores da atenção básica do município | 26 de abril |
27 de março | Idosos com 70 anos ou mais de Arroio Grande | 26 de abril |
30 de março | Idosos com 70 anos ou mais de Santa Flora | 27 de abril |
31 de março | Idosos com 70 anos ou mais de São Valentim | 28 de abril |
1º de abril | Idosos com 65 anos ou mais | 29 de abril |
1º de abril | Idosos com 65 anos ou mais | 29 de abril |
3 de abril | Idosos com 64 anos ou mais | 1º de maio |
- TELEFONES - (55) 3025-9724, 3025-9727, 3025-9750, 3025-9744 e 3025-9732
- WHATSAPP - (55) 99941-7717 e (55) 99608-9860